segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

zé bedzi, vizalis, sua e risolis

eram os meus amigos imaginários. eu lembro deles com uma nitidez assustadora. lembro que o zé bedzi tinha uma franja verde de emo, e os emos nem existiam ainda. me bateu uma nostalgia... daí me veio o pensamento "ah, como é bom ser criança, toda a inocência...", mas não foi como se eu concordasse com isso. foi como se eu tivesse consciência de que esse não é um pensamento espontâneo. é simplesmente o que se espera de pensar, quando se pensa em infância. e então eu entendi que eu não concordo. acho que é subestimar as crianças. por que é que a gente acha que fica mais consciente, conforme cresce/amadurece? quando a gente é criança, aquele é o nosso mundo, aquela é a realidade. o resto é errado, é estranho. assim acontece em todas as fases da vida. a diferença é que os mais maduros julgam mais as fases anteriores por terem passado por elas. isso não quer dizer nada. o tempo passa, a gente muda, e não lembra mais nitidamente de tudo. não é possível lembrar das sensações que tínhamos, ou, se lembramos, não lembramos das relações entre sensações e situações. não sei, meu lado de criança remanescente acha injusta essa visão geral. é isso, eu acho. mas sem muita certeza, porque eu estou em transição.

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